Vacinação COVID-19: como funciona e quais são as vacinas
Portugal adquiriu vacinas desenvolvidas por diferentes empresas farmacêuticas, o suficiente para imunizar toda a população. No entanto, o processo acontecerá em várias fases e depende dos modelos de distribuição de cada vacina pela União Europeia, não se prevendo atingir a imunidade de grupo antes do verão. A vacinação contra a COVID-19 começou pelos grupos de risco e alguns setores profissionais, como a saúde. Ainda está por definir quando será vacinada a população não prioritária.
Quem tem prioridade?
A vacinação começou em dezembro de 2020 com a vacina da Pfizer/BioNTech, a primeira a receber aprovação na União Europeia e a chegar a Portugal. As primeiras pessoas vacinadas foram os profissionais de saúde envolvidos na prestação de cuidados a doentes; os profissionais das forças armadas, forças de segurança e serviços críticos; os profissionais e residentes em lares de idosos e instituições similares; e os profissionais e utentes da Rede Nacional de Cuidados Continuados Integrados.
Em fevereiro de 2021, a segunda fase arrancou com a vacinação de pessoas a partir dos 50 anos com patologias como insuficiência cardíaca ou doenças respiratórias crónicas. Em abril, são vacinadas as pessoas a partir dos 65 anos e as pessoas entre 50 e 64 anos com doenças crónicas consideradas de risco, como diabetes ou cancro, ou condições como hipertensão arterial ou obesidade. Apenas depois a restante população começará a ser vacinada, de forma voluntária.
Como funcionam as vacinas e as suas diferenças
As vacinas da Pfizer/BioNTech — que está a ser administrada em Portugal desde dezembro de 2020 —, da Moderna e da AstraZeneca foram as únicas, para já, aprovadas pela Agência Europeia de Medicamentos (EMA, na sigla em inglês).
As vacinas da Pfizer e da Moderna funcionam da mesma forma. Ao contrário de algumas vacinas, que estimulam a imunidade colocando o organismo em contacto com o vírus, estas vivem da ação do ARN-mensageiro. Com a vacina, é injetado um código genético para a proteína Spike, que é utilizada pelo SARS-COV-2 para infetar o organismo. As células reagem pressionando o sistema imunológico a identificar o vírus como um elemento estranho e atacam-no.
Já a vacina da AstraZeneca coloca no organismo um vetor viral, neste caso, uma versão inofensiva de um adenovírus.
As três vacinas requerem a toma de duas doses. As da Pfizer e Moderna com um intervalo de duas ou três semanas e a da AstraZeneca com um intervalo de um a três meses.
A União Europeia adquiriu, ainda, vacinas da Sanofi-GSK, Janssen Pharmaceutica NV e CureVac. Em todo o mundo estão a ser desenvolvidas mais de 200 vacinas.
Segurança e eficácia
As vacinas da Pfizer e da Moderna têm uma eficácia comprovada de cerca de 95%. Já a da AstraZeneca apresenta um nível de proteção mais baixo, de cerca de 60%, mas tem outras vantagens: é mais económica e pode ser armazenada num frigorífico comum, facilitando a logística. A vacina da Pfizer deve ser conservada entre 60 e 80 graus negativos e a da Moderna a 20 graus negativos.
Todas as vacinas contra a COVID-19 foram testadas em ensaios clínicos e avaliadas pela EMA, com o objetivo de garantir a sua segurança. Antes de serem aprovadas, dezenas de milhares de voluntários foram vacinados e acompanhados após a toma da segunda dose durante mais de oito semanas e não se observaram efeitos com gravidade. Ainda assim, não é possível excluir a ocorrência de efeitos adversos raros.
Efeitos adversos
A maioria das reações adversas das vacinas da Pfizer/BioNTech, da Moderna e da AstraZeneca é ligeira, de curta duração e não acontece em todas as pessoas que as tomam. De um modo geral, é possível que ocorram situações como dor no local de injeção, fadiga, dor de cabeça, dores musculares, dores nas articulações, pirexia (febre), calafrios, edemas, atralgia (dores nas articulações) e mal-estar.
A importância de ser vacinado
A vacina contra a COVID-19 é voluntária. Contudo, as autoridades de saúde recomendam fortemente a vacinação como forma de controlar a pandemia. Além de proteger cada indivíduo, a vacinação permitirá atingir uma imunidade de grupo e fazer face ao atual problema de saúde pública.