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Manifestações do autismo ao longo da vida

Aprenda a identificar as manifestações de autismo no bebé, na criança, no adolescente e também na idade adulta.

O autismo nas crianças tem determinadas características que as identificam. Mas ao longo da vida o seu comportamento e as manifestações do autismo podem alterar-se, para melhor ou pior.

As diferentes manifestações do autismo nas diferentes idades

  • Bebé (0-18 meses)

A indiferença pelas pessoas e ambiente (inclusivamente os pais e a sua casa) são características desta perturbação global do desenvolvimento da criança com autismo.

  • Não responde pelo seu nome e não olha nos olhos;
  • Chora sem razão aparente durante largos períodos de tempo, ou nunca chora. Apresenta, por vezes, problemas de alimentação e de sono, assim como medo de objetos;
  • Não brinca ao faz-de-conta, nem sabe usar os brinquedos (alinha-os, em filas intermináveis), faz movimentos repetitivos como bater palmas, rodar objetos, dar pulos ou mover a cabeça de um lado para o outro.

Entre 33% e 50% dos pais de crianças com PEA reparam nas manifestações do autismo antes de fazerem um ano e, entre 80% a 90% detetam antes dos dois anos.

  • Criança (2 – 5 anos)

O diagnóstico é, frequentemente, feito entre os dois e os três anos, pois é nesta idade que se torna mais óbvio. Quando estão na escola, é importante ouvir as educadoras - são elas que muitas vezes detetam os problemas.

  • Nesta idade não gesticulam o "adeus";
  • Muitas crianças ainda não falam ou regrediram na fala;
  • Utilizam a ecolalia (repetição de palavras ou de sons) ou invertem os pronomes (repetem a pergunta em forma de resposta ou falam de si na terceira pessoa).
  • Mesmo quando falam corretamente, não sabem comunicar: são capazes de discorrer sobre um assunto sem parar, sem ter atenção aos interesses ou vontade do seu interlocutor.
  • Criança (6 – 14 anos)

A incapacidade de expressão continua e é uma das manifestações do autismo:

  • Dão respostas sem nexo;
  • Falam de forma monocórdica;
  • Não entendem piadas, sarcasmo ou provocações.
  • No entanto, há crianças que falam quase como adultos. Não compreendem os gestos, a linguagem corporal ou o tom de voz. A probabilidade de desenvolver comunicação verbal, interação social, alfabetização e outras capacidades relacionadas, depende do grau de comprometimento e da intensidade e adequação do tratamento. A Perturbação Autística e a de Asperger são as que apresentam melhor prognóstico.
  • Adolescentes

A adolescência pode trazer a melhoria das relações sociais e do comportamento mas, por vezes associado ao autismo vêm os problemas característicos da adolescência. É de esperar o regresso das birras, de auto agressividade ou violência para com outras pessoas.

  • Idade adulta

Com a idade, os autistas mais competentes têm tendência a estabilizar os comportamentos. Os que apresentam níveis de competência mais baixos, não conseguem tornar-se independentes e continuam a mostrar características típicas do autismo.

  • Seniores

A dificuldade de comunicação própria do autismo pode agravar algumas doenças, assim como problemas de comportamento. Uma menor motivação para a prática de exercício – relativamente a pessoas idosas não autistas – provoca uma maior debilitação da condição física. Em alguns casos, porém, as manifestações do autismo suavizam-se e o comportamento é estabilizado.

Qualidade de vida

Um diagnóstico precoce, terapias apropriadas e uma rede de cuidadores alargada são os mecanismos ideais para dar qualidade de vida aos pacientes com perturbações globais de desenvolvimento, nas quais se inclui o autismo.

Desta forma, também a sua família mais próxima (pais e irmãos) poderá ter o apoio de que precisa para viver de forma mais equilibrada. Ao longo dos últimos têm sido feitos diversos estudos que indicam que um melhor prognóstico está dependente das aptidões linguísticas e do nível intelectual global da criança. Hoje sabe-se que:

  • À medida que vão avançando na idade escolar, as crianças e adolescentes têm tendência a progredir em algumas áreas do desenvolvimento;
  • A adolescência, pela sua especificidade, tanto pode promover as melhoras como uma deterioração do comportamento;
  • A percentagem de autistas que se tornam autónomos é diminuta e apenas um terço consegue tornar-se parcialmente autónomo;
  • Mesmo quando funcionam a um nível superior, os adultos com perturbações autistas revelam problemas de comunicação e de relacionamento social.

Uma vez que ainda não se conhecem as causas, os tratamentos e a evolução espectável, está muito dependente de cada um dos indivíduos, da forma como são acompanhados ao longo da vida e da existência, ou não, de outras patologias associadas.

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