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Tétano: O Que É, Sintomas e Importância da Vacinação

Colaboração
Quando escutamos a palavra “tétano”, rapidamente viajamos até um passado longínquo, de infância ou primeiros anos de adolescência. No entanto, falamos de uma doença que ainda está presente no nosso dia a dia e que exige, como qualquer outra, cuidados.

Embora se registem atualmente menos de 100 casos/ano na União Europeia, é importante compreender o que é o tétano, como se transmite, quais os sintomas e como prevenir.

O Que É o Tétano e Como se Apanha?

O tétano é uma infeção aguda e grave, provocada pela toxina do bacilo tetânico (Clostridium tetani), que entra no organismo através de feridas ou lesões cutâneas. A pessoa contrai a doença quando os esporos da bactéria em ambiente natural entram em contacto com uma ferida aberta. Quanto mais profunda for a ferida, e quanto mais contaminada estiver, maior é o risco de desenvolvimento da doença. A patologia não é, ainda assim, transmitida pessoa a pessoa: apenas afeta o seu hospedeiro. Outra nota de destaque: ao contrário do que muitas vezes se veicula, a ferrugem não é a causadora da infeção.

Ainda que raro, existe também o tétano neonatal, quando a infeção ocorre no recém-nascido. Acontece em partos fora do ambiente hospitalar, quando são usados objetos contaminados para cortar o cordão umbilical.

Fatores de Risco

Alguns grupos apresentam maior probabilidade de desenvolver a doença:

  • Crianças que não completaram o esquema da vacina ou que não receberam os reforços necessários;
  • Trabalhadores que tenham contacto frequente com o solo, lixo ou ambientes propensos à presença da bactéria;
  • Pessoas com mais de 60 anos, cuja imunidade tende a enfraquecer ao longo tempo, especialmente se não tiverem recebido a vacina de reforço desde a infância.

Principais Manifestações do Tétano

Os sintomas do tétano surgem porque a toxina libertada pela bactéria afeta o sistema nervoso, impedindo que os músculos relaxem. Como consequência, podem ser notados:

  • Espasmos musculares;
  • Cãibras dolorosas;  
  • Batimento cardíaco acelerado (taquicardia);
  • Pressão arterial elevada;
  • Dificuldades respiratórias e em engolir;
  • Febre;
  • Incapacidade de abrir a boca devido à contração dos músculos (trismo);
  • Convulsões.

Se os músculos respiratórios forem afetados, pode haver risco de morte por asfixia.

O tétano, quando não tratado, é uma doença potencialmente fatal, podendo provocar várias complicações. Algumas resultam dos espasmos musculares característicos da doença, enquanto outras decorrem de alterações no sistema nervoso autónomo. Entre elas destacam-se:

O Que Posso Fazer Para Prevenir o Tétano?

Desinfetar cortes e arranhões, mantê-los limpos e procurar assistência médica imediata para feridas graves, também podem ajudar a prevenir o tétano.

Devo Tomar a Vacina Contra o Tétano?

A resposta é: sim! A explicação é igualmente simples: a vacinação é um dos meios mais eficazes de prevenção da doença.

A vacina contra o tétano faz parte do calendário de vacinação infantil em todos os estados-membros da União Europeia, o que significa que grande parte da população está protegida. Manter atualizada a vacinação é, por isso, a melhor forma de prevenção. Deve ser administrada aos 2, 4, 6 e 18 meses e aos 5, 10, 25, 45 e 65 anos. A partir daqui, de 10 em 10 anos. As grávidas devem ser vacinadas em cada gravidez, numa vacina combinada contra a tosse convulsa, tétano e difteria.

 

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Revisão Científica

Dra. Sara Lino

Dra. Sara Lino

Coordenador da Unidade de Doenças Infeciosas

Hospital Lusíadas Lisboa
PT