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Excesso de peso e obesidade: 5 perguntas

Considerada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como a epidemia do século XXI, a obesidade é um problema grave da nossa sociedade. Tem vindo a aumentar a sua prevalência nos últimos anos, atingindo todas as idades e todas as classes sociais.

A obesidade é uma doença crónica caracterizada pelo excesso de gordura acumulada no organismo e está associada a várias outras doenças que podem comprometer a qualidade de vida e reduzir a longevidade.

Principais causas

A obesidade é uma doença multifatorial, o que significa que não podemos apontar uma única causa para a sua origem.
Em geral, resulta de um desequilíbrio entre as calorias ingeridas através dos alimentos e a energia despendida com exercício físico ou atividades quotidianas.
No entanto, muitos outros fatores podem estar associados, tais como:

  • Genética, por predisposição familiar;
  • Determinantes sociais;
  • Cessação tabágica, pela substituição do uso do tabaco por comida;
  • Doenças, como a doença de Cushing (distúrbio hormonal), que leva ao aumento de peso;
  • Toma de alguns medicamentos, tais como corticoides ou antidepressivos.

1. Como se determina que uma pessoa tem excesso de peso ou obesidade?

A medida de avaliação mais utilizada é o  índice de massa corporal (IMC). O IMC é calculado dividindo o peso (kg) pela altura ao quadrado (m²). Segundo a OMS, a classificação do IMC é a seguinte:

  • 18,5 a 24,9 – Peso normal
  • 25 a 29,9 – Excesso de peso
  • -≥30 – Obesidade

A obesidade é considerada um problema de saúde pública devido ao seu impacto na qualidade de vida e ao risco de complicações médicas.

2. Há vários tipos de obesidade?

Existem três tipos de definições quando alguém está acima do peso considerado normal.

Excesso de peso: IMC entre 25 e 29,9, indicando uma acumulação de gordura acima do ideal para a saúde.

Obesidade: IMC igual ou superior a 30, associado a um risco aumentado de doenças.

Obesidade mórbida: IMC superior a 40, com impacto grave na saúde e na qualidade de vida.

O tratamento inicial deve incluir um plano alimentar estruturado por um nutricionista, combinado com a adoção de hábitos alimentares saudáveis e a prática de exercício físico.

3. A obesidade aumenta o risco de outras doenças?

Sim. A obesidade é um fator de risco para diversas doenças. Uma pessoa com obesidade tem propensão a desenvolver:

  • Doenças cardiovasculares (hipertensão arterial, AVC);
  • Diabetes tipo 2;
  • Doenças respiratórias (apneia do sono);
  • Doença renal crónica;
  • Doenças osteoarticulares, como artroses;
  • Alguns tipos de cancro;
  • Infertilidade.

Além dos impactos físicos, pode afetar a saúde mental, contribuindo para problemas como ansiedade e depressão, além de aumentar o risco de discriminação.

4. Como combater o excesso de peso e obesidade?

Um dos pontos de partida passa por fazer mudanças no estilo de vida, como:

  • Adotar uma alimentação equilibrada, reduzindo o consumo de alimentos processados, açúcares e gorduras saturadas, e optar por consumir frutas, vegetais, proteínas magras e fibras.
  • Praticar atividade física regularmente, como caminhadas, andar de bicicleta ou natação.
  • Procurar acompanhamento profissional, com nutricionistas que podem ajudar a criar planos personalizados de reeducação alimentar e exercício físico.

No entanto, por vezes, a abordagem conservadora no tratamento da obesidade não é eficaz. Nesses casos temos outras opções como:

  • Terapêutica medicamentosa;
  • Terapêutica endoscópica (balão gástrico);
  • Terapêutica Cirúrgica: cirurgia de obesidade ou cirurgia bariátrica.

Nos casos de IMC superior a 35, a cirurgia de obesidade pode ser considerada uma opção terapêutica, desde que acompanhada de um plano de reeducação alimentar e de monitorização médica.

5. As crianças são um grupo de risco?

De acordo com a União Europeia, Portugal está entre os países da Europa com o maior número de crianças afetadas por esta epidemia. Uma criança com obesidade corre um risco elevado de desenvolver problemas de saúde durante a adolescência e a idade adulta. Além do impacto psicológico e social, tem maior probabilidade de sofrer de doenças cardiovasculares, hipertensão, diabetes, asma, entre outras.

Segundo a OMS, a obesidade é a segunda principal causa de morte evitável no mundo, a seguir ao tabaco. A prevenção deve começar cedo, com hábitos saudáveis desde a infância.

Embora seja um problema de saúde pública em crescimento, é algo que pode ser prevenido e tratado através de mudanças no estilo de vida.
A Lusíadas Saúde está comprometida no combate à obesidade através de uma abordagem multidisciplinar com acompanhamento médico especializado para ajudar os seus doentes a alcançarem uma melhor qualidade de vida.

Se tem dúvidas sobre o seu peso ou o dos seus filhos, procure ajuda de um profissional de saúde.
 

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