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Como a tecnologia está a mudar a saúde em 5 pontos chave

Uma medicina mais personalizada, maior autonomia por parte do indivíduo e tempos de recuperação mais curtos. Conheça o impacto positivo da tecnologia na saúde.

A tecnologia diz-nos muito sobre a nossa saúde. Permite avaliar o nível de atividade física através dos passos que damos e quilómetros que percorremos. Consegue monitorizar a qualidade do nosso sono, em termos quantitativos e qualitativos. E é ainda um meio para marcar consultas, ver exames e aceder a receitas.

Mas há mais. O avanço tecnológico, quando aliado à Medicina, traduz-se numa capacidade cada vez maior em personalizar os tratamentos, considerando as particularidades de cada indivíduo, que são únicas e irrepetíveis. A tecnologia vem permitir também que os cuidados de saúde de qualidade  — tanto preventivos, como em contexto de tratamento — ultrapassem as paredes do hospital e entrem em nossa casa, tanto através de canais digitais, como de aparelhos médicos que garantem uma monitorização rigorosa, constante e em permanente articulação com os profissionais de saúde. Além disso, integrada nos grandes aparelhos hospitalares, possibilita procedimentos cada vez menos invasivos, que se traduzem em incisões menores e tempos de recuperação mais rápidos.

Qual é o resultado? 

  • Medicina verdadeiramente dirigida ao indivíduo
  • Autonomia significativamente maior no cuidado com a própria saúde e doença 
  • Quando é necessária a realização de tratamento, tempos de recuperação mais curtos
  • Diagnósticos mais precoces e específicos
  • Literacia em saúde

Quem o explica é Sofia Couto da Rocha, médica dedicada ao Smart Aging e Chief Transformation Officer do grupo Lusíadas. Vejamos o impacto da tecnologia na saúde com mais detalhe.

1. Medicina personalizada 

Não somos feitos em série e, por isso, o que funciona para alguns indivíduos, não funciona para outros. O avanço tecnológico mostra-nos isso mesmo, através da possibilidade de escolha de caminhos distintos para indivíduos com particularidades e exigências de saúde diferentes.

Mas como? Através da informação que hoje a tecnologia fornece: a capacidade dos biomarcadores (alguns em análises sanguíneas por exemplo), a capacidade de conhecermos o nosso genoma, a capacidade de criação de algoritmos que correm bases de dados enormes e que permitem perceber que determinadas características genéticas resultam numa sensibilidade ou resistência a algumas patologias.

 “Cruzando toda esta informação, conseguimos escolher terapêuticas e caminhos especificamente para cada pessoa e doente”, destaca Sofia Couto da Rocha. “É a verdadeira evidence based medicine. Isto é a grande disrupção do nosso século: a possibilidade de praticar Medicina verdadeiramente de precisão e personalizada.”

2. Maior portabilidade

Hoje a prática da Medicina não se cinge às paredes do hospital. “Temos a capacidade de ‘levar’ muita tecnologia para casa”, diz. E há muitas vantagens neste cariz portátil: “Um exemplo muito tangível tem que ver com a forma como avaliamos a pressão arterial: a pressão arterial num contexto de consultório (em que muitas vezes estamos nervosos, com pressa e sob stress), não vai ser a mesma do que aquela que apresentamos no nosso ambiente pessoal. A mim, como médica, interessam-me todas as variações. Neste momento temos pequenos devices que nos dão esta capacidade”, explica. “É a portabilidade do cuidado. O hospital deixa de ter paredes e passa a acompanhar cada pessoa nas suas atividades diárias.”

Além desta portabilidade poder atuar na vertente preventiva, também é capaz de atuar no campo do tratamento. Um exemplo é o pós-operatório: “No Hospital Lusíadas Braga temos a One Day Surgery, em que a pessoa pode ir para casa quase de imediato, fazendo o processo de recuperação em casa, na sua área de conforto, onde dorme melhor, descansa mais e está mais tranquila. Hoje sabemos que quanto mais cedo isto acontecer, mais rápida será a recuperação”, explica. 

“Hoje conseguimos levar para casa aparelhos médicos que são utilizados no recobro — seja o medidor de tensão ou de oximetria —, sem esquecer que, através dos canais digitais, conseguimos fazer um acompanhamento permanente do doente em casa.”

Para a especialista, esta característica da portabilidade é também exemplificada nos diversos canais digitais criados para as diversas unidades de saúde. “A app +Lusíadas, por exemplo, vai ter novas funcionalidades, que permitem, entre outros, monitorizar o sono”, explica. “Estamos também a trabalhar em vários pilotos com telemonitorização e em medical devices para o pós-operatórios exatamente neste sentido: integrar a informação e tornar cada pessoa no verdadeiro dono da sua saúde, dando-lhe esta capacidade de passar a entender-se e a conhecer-se cada vez melhor.”

3. Algoritmos de rastreio

A possibilidade de trabalhar com algoritmos veio abrir portas à capacidade para receber aconselhamento médico à distância. Este aconselhamento pode depender exclusivamente destes algoritmos ou funcionar num modelo híbrido: “Os algoritmos não são sensíveis o suficiente para perceber os sintomas que eu, como doente, estou a descrever.  Há muitas questões que são analíticas e fáceis de interpretar, como o valor da temperatura. Mas, no que se refere ao tipo e local da dor, por exemplo, já não é tão objetivo. É subjetivo e é essa subjetividade que implica a interpretação por parte do profissional. Por isso, a Linha de Saúde Lusíadas envolve também o atendimento com profissionais experientes.”

4. Facilidade na marcação de consultas

O acesso aos cuidados de saúde está hoje infinitamente mais facilitado graças, mais uma vez, à tecnologia, não fosse atualmente possível marcar consultas e exames de forma mais prática e rápida, sem esquecer o acesso permanente aos tempos de espera nas Unidades de Atendimento Urgente da rede Lusíadas.

É, pelo menos, assim no grupo Lusíadas, onde estas opções são fornecidas quer através da app +Lusíadas e do portal, como, em parte, através da assistente virtual Lusi, o novo robot via voz ou nas janelas de chat de Facebook e WhatsApp onde está disponível para o esclarecimento de dúvidas, bem como para a marcação de consultas e exames nas diversas especialidades e unidades. 

5. Tecnologia de ponta e procedimentos minimamente invasivos

Sofia Couto da Rocha destaca ainda o desenvolvimento de grandes equipamentos médicos, que, especificamente, no campo da cirurgia, oferecem uma capacidade de imagem cada vez mais precisa, com incisões cada vez menores, tempos de recuperação cada vez mais rápidos e com riscos mais reduzidos. “É também este o caminho”, destaca.

Mas falta ainda mencionar a evolução noutro campo: “Trazer para o dia a dia do médico a possibilidade de ver imagens cruzadas. Hoje já conseguimos ver uma ressonância magnética feita em cima do doente ao nível do crânio, mas ainda não o conseguimos fazer na zona abdominal. Esse é um dos projetos em que estamos envolvidos com dois centros de investigação.”
 

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Revisão Científica

Dra. Sofia Couto da Rocha

Dra. Sofia Couto da Rocha

Clínica Lusíadas Almada
Hospital Lusíadas Lisboa

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