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Mastite na amamentação: Como Prevenir e Tratar

A amamentação é uma experiência única, mas que pode apresentar alguns desafios. Um dos mais frequentes é a mastite, uma inflamação mamária que pode afetar até 30% das mulheres durante a lactação.

Neste artigo, explicamos as causas, sintomas e, principalmente, como prevenir e tratar esta condição - para que possa amamentar com mais conforto e tranquilidade.

O que é a Mastite?

É uma inflamação do tecido mamário, que pode ou não estar associada a uma infeção bacteriana, e que provoca um desconforto significativo. É mais comum nos primeiros três meses após o parto, mas pode surgir em qualquer fase da amamentação.

Sintomas da Mastite

Os sintomas mais comuns incluem:

  • Dor;
  • Sensação de queimadura durante a amamentação;
  • Calor, edema e vermelhidão;
  • Secreção mamilar, que pode ser branca ou conter sangue;
  • Nódulos endurecidos;
  • Febre e mal-estar geral;
  • Aréola sensível;
  • Dificuldade em esvaziar a mama.

Quais são as causas mais comuns?

A mastite durante a lactação desenvolve-se frequentemente devido à estagnação e retenção do leite materno (ingurgitação mamária), que cria condições para a obstrução dos ductos mamários e posterior inflamação. Os principais fatores que impedem o fluxo adequado de leite incluem:

  • Produção excessiva de leite (Hipergalactia), quando não acompanhada de extração adequada;
  • Esvaziamento incompleto da mama;
  • Mamadas muito espaçadas;
  • Falta de alternância entre as mamas;
  • Falta de alternância nas posições do bebé ao amamentar;
  • Uso de sutiãs apertados ou posições que comprimem a mama.

Além destes, outros fatores que podem contribuir para o desenvolvimento da mastite são:

  • Fissuras nos mamilos, que facilitam a entrada de bactérias;
  • Cansaço extremo e stresse, que enfraquecem o sistema imunitário.
  • Certos comportamentos ou hábitos podem aumentar o risco de desenvolver mastite, como o tabagismo ou a ausência de uma alimentação equilibrada. 
     

Como Prevenir a Mastite?

A prevenção eficaz da mastite assenta em práticas adequadas de amamentação e atenção precoce aos sinais de alerta.

  1. Esvaziar bem as mamas
    Certifique-se de que o bebé esvazia completamente as mamas. Se necessário, extraia manualmente o restante leite para evitar acumulações.
  2. Amamentar com frequência
    Evite longos intervalos entre mamadas. O aleitamento regular ajuda a manter um fluxo de leite constante, prevenindo a obstrução dos canais.
  3. Alterne entre as mamas
    Alternar as mamas a cada mamada ajuda a esvaziá-las de forma equilibrada, evitando o acumular de leite e garantindo um esvaziamento uniforme.
  4. Evitar roupa apertada
    Opte por sutiãs de amamentação específicos, sem aros metálicos e com tecidos respiráveis.
  5. Manter higiene adequada
    Lave os mamilos apenas com água, evitando sabonetes ou loções que possam irritar a pele. Mantenha a zona limpa e seca, e deixe o peito arejar após a amamentação.

Como tratar?

Se surgirem sinais de mastite, é fundamental agir rapidamente para reduzir a inflamação, aliviar a dor e evitar o desenvolvimento de uma infeção.

  • Continuar a amamentar
    Apesar do desconforto, não interrompa a amamentação — esta ajuda a desobstruir os ductos mamários e a reduzir a congestão. Comece pela mama afetada e, se necessário, esvazie o leite residual manualmente ou com a ajuda de uma bomba.
  • Massajar a área afetada 
    Massaje suavemente a zona afetada antes e durante a amamentação, desde a área inflamada em direção ao mamilo. Evite apertar ou aplicar demasiada pressão.
  • Tomar banho ou um duche morno
    Um banho ou duche com água morna pode ajudar a melhorar o fluxo de leite. Se tiver dificuldade em esvaziar a mama, também pode aplicar um pano húmido e morno sobre a zona, antes da amamentação.  
  • Repouso e hidratação
    Descanse e mantenha-se bem hidratada. Se possível, peça ajuda noutras tarefas para se focar na recuperação.
  • Compressas frias para a dor 
    Entre as mamadas, aplique compressas frias na área afetada para diminuir a dor e o edema. Mantenha-se deitada de costas durante a aplicação.  
  • Analgésicos e anti-inflamatórios
    Paracetamol ou Ibuprofeno, quando recomendados por um médico, podem ajudar a controlar a dor e a febre.
  • Antibióticos
    Se os sintomas persistirem por mais de 24 a 48 horas ou se surgirem sinais de infeção, como febre alta e pus, pode ser necessário tratamento com antibióticos.

Quando procurar ajuda médica?

  • Febre alta e persistente;
  • Agravamento dos sintomas após 24-48 horas;
  • Secreção purulenta (pus) ou líquido anormal pelo mamilo;
  • Dificuldade em amamentar devido à dor intensa;
  • Sinais de abcesso (edema duro, doloroso e com flutuação).

A amamentação, apesar dos seus desafios - especialmente para a mãe. No entanto, com a informação correta e o apoio especializado, é possível prevenir e superar essas dificuldades.

Na Lusíadas Saúde, dispomos de Cursos de Preparação para o Parto e Parentalidade, que incluem sessões dedicadas à amamentação. Se está grávida e a planear amamentar, contacte-nos através do endereço lusiadas.babycare@lusiadas.pt, para saber mais informações sobre os cursos. Se já está a amamentar, poderá esclarecer todas as suas dúvidas numa Consulta de Amamentação, disponível numa das nossas Unidades. Lembre-se: cuidar do seu bebé começa por cuidar de si mesma.

Colaboração: Enfermeira Ana Silva Pedrosa
 

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