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Taquicardia: o que é

Revisão Científica
Há taquicardia quando uma pessoa adulta apresenta em repouso uma frequência cardíaca superior a 100 batimentos cardíacos por minuto.

O que é a taquicardia?

A frequência cardíaca é o número de batimentos cardíacos por minuto (bpm). O seu valor normal é entre 60 e 100 bpm. É muito variável de indivíduo para indivíduo e, regra geral, é maior na infância, diminuindo com a idade. Em cada pessoa varia também muito, sobretudo com o esforço e com o estado emocional.

Com o esforço há um aumento gradual da frequência cardíaca, até um valor máximo que é dependente da idade. Este pode calcular-se de forma aproximada subtraindo o valor de 220 à idade. Assim, por exemplo para uma pessoa de 60 anos, este valor será aproximadamente de 160. Estes níveis correspondem ao limite máximo de esforço tolerado, traduzindo-se numa sensação de exaustão. O tempo necessário para atingir esta frequência cardíaca varia com a capacidade física de cada pessoa e tem a ver com o treino físico.

Como avaliar a frequência cardíaca

A frequência cardíaca pode ser facilmente avaliada, contando o número de batimentos por minuto através da palpação do pulso arterial. Há vários pontos no nosso corpo onde isto pode ser feito, mas é mais acessível e simples o pulso radial. Com a palma da mão voltada para cima, basta colocar os dedos, indicador e médio da outra mão, logo acima da articulação com o antebraço, no lado do polegar e procurar a pulsação da artéria. Diz-se que há taquicardia quando uma pessoa adulta apresenta em repouso uma frequência cardíaca superior a 100 bpm. Além da frequência cardíaca, é importante perceber se o pulso é regular ou irregular.

Tipos de taquicardia

Muitas vezes a taquicardia é assintomática, sobretudo quando é regular e a frequência cardíaca se situa entre os 100 e 140 bpm. Trata-se geralmente de uma taquicardia sinusal. Pode não se encontrar uma causa, mas é, normalmente, secundária, relacionando-se com qualquer uma das seguintes situações:

  • Ansiedade;
  • Utilização de estimulantes, como cafeína, tabaco, álcool e outras drogas;
  • Efeito secundário de alguns medicamentos;
  • Estados febris;
  • Anemia;
  • Hipertiroidismo.

Esta forma de taquicardia pode também relacionar-se com doença cardíaca e/ou pulmonar, por vezes grave. Neste caso, geralmente está associada a sintomas como cansaço, dificuldade respiratória e retenção de líquidos. Em qualquer circunstância, é importante recorrer ao médico para despistar as suas causas, sendo geralmente necessário fazer análises, eletrocardiograma e outros exames complementares. Quando a frequência cardíaca é mais elevada (acima de 140-150 bpm) trata-se em geral de outro tipo de taquicardia, e a maior parte das vezes associa-se a uma sensação de mal estar e fraqueza, e, por vezes, desmaio. Neste caso é difícil palpar o pulso e, muitas vezes, não se consegue contar as pulsações. É importante recorrer de imediato a um centro onde possa ser assistido e onde possa efetuar um eletrocardiograma.

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Como se faz um eletrocardiograma e como se preparar para este exame?

Por vezes, estes sintomas são de curta duração e, quando a pessoa é assistida, já não apresenta taquicardia, pelo que o seu esclarecimento nem sempre é imediato, obrigando a uma série de exames, que têm que ser efetuados até se chegar ao diagnóstico. Este tipo de taquicardias pode surgir durante ou após esforços físicos, sobretudo em condições extremas, terminando algumas vezes de forma trágica. Daí a necessidade de vigilância da atividade física, sobretudo nas pessoas idosas.

A prática de exercício físico regular é muito importante, mas é necessário moderação e vigilância médica, nos casos de risco. Se além da taquicardia o pulso é irregular, trata-se muitas vezes de arritmias que podem aumentar o risco de acidente vascular cerebral (AVC). É muito importante despistar estas arritmias sobretudo nas pessoas mais idosas. Daí a necessidade de recorrer ao médico, para que este as possa identificar e tratar.

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Dr. Manuel Canada

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