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Diabetes Tipo 2: Dicas Para Uma Dieta Equilibrada

Colaboração
A diabetes tipo 2 é uma doença crónica comum, caracterizada pela resistência à ação da insulina ou pela produção insuficiente desta hormona.

Como consequência, os níveis de glicose no sangue (glicemia) aumentam e, a longo prazo, podem surgir complicações que afetam a saúde e comprometem a qualidade de vida.

Tenho Diabetes Tipo 2. Preciso de Mudar a Minha Dieta?

Se recebeu recentemente o diagnóstico de diabetes tipo 2, saiba que poderá precisar de mudar menos do que imagina. A sua alimentação não tem de ser restritiva nem monótona e, na verdade, deve seguir os princípios recomendados para toda a população: ser completa, equilibrada e variada. Ainda assim, há cuidados específicos que ajudam a manter os níveis de glicemia dentro dos valores desejáveis e a prevenir o aparecimento de complicações. Estes cuidados devem estar integrados num estilo de vida saudável, que inclua também a prática de atividade física regular.

Hidratos de Carbono: Amigos ou Inimigos? 

Os hidratos de carbono têm um impacto direto nos níveis de glicemia, uma vez que, após a digestão, se transformam em glicose (açúcar), a principal fonte de energia do organismo. Por isso, não devem ser eliminados da dieta, mas sim escolhidos com critério e distribuídos ao longo do dia.

Dividem-se em dois grupos principais:

  • Complexos (absorção lenta): Cereais integrais, aveia, leguminosas, arroz integral, massa integral. Estes ajudam a manter níveis de glicemia mais estáveis.
  • Simples (absorção rápida): Açúcar, mel, compotas, bolos, refrigerantes e doces de pastelaria. Devem ser evitados ou reservados a situações pontuais.  

As pessoas com diabetes tipo 2 devem, portanto, privilegiar os hidratos de carbono complexos, que contribuem para um controlo mais equilibrado da glicemia, prevenindo picos de açúcar no sangue e ajudando a manter a energia ao longo do dia. Associados a um plano alimentar completo e à prática de atividade física regular, estes cuidados fazem toda a diferença no controlo da doença e na melhoria da qualidade de vida.

A quantidade de hidratos de carbono em cada refeição deve ser moderada e adaptada às necessidades individuais, sendo ideal fazer 5 a 6 refeições por dia, com porções equilibradas.

Fibra: Essencial na alimentação

A fibra é essencial numa alimentação saudável e tem um papel particularmente importante para quem vive com diabetes tipo 2. Ao atrasar a digestão e a absorção dos hidratos de carbono, ajuda a controlar os níveis de glicemia, prevenindo picos de açúcar no sangue. Para além disso, aumenta a sensação de saciedade, contribui para o bom funcionamento do trânsito intestinal, entre outros benefícios.

Boas fontes de fibra incluem:

  • Fruta (sempre que possível com casca);
  • Hortícolas;
  • Leguminosas (feijão, grão, lentilhas);
  • Cereais integrais.
     

Reduzir o consumo de sal

As pessoas com diabetes têm um risco acrescido de desenvolver hipertensão arterial e doenças cardiovasculares. Por isso, é fundamental reduzir a ingestão de sal no dia a dia. Uma boa estratégia é substituir o sal por ervas aromáticas e especiarias, tanto na confeção como para temperar.
Também é importante evitar alimentos ultraprocessados, como enchidos, sopas instantâneas, molhos, snacks salgados e refeições pré-preparadas, que habitualmente contêm grandes quantidades de sal “escondido”.

Leitura dos rótulos alimentares 

Aprender a interpretar os rótulos é um passo essencial para fazer escolhas mais saudáveis. Deve verificar sempre a quantidade de açúcares, gorduras (sobretudo saturadas), sal e fibra.
Opte por alimentos com menos açúcar e sal, baixos teores de gordura saturada e, preferencialmente, mais ricos em fibra. 
Outra dica importante é observar a lista de ingredientes: quanto mais curta e simples, geralmente mais natural e equilibrado é o produto.

Ler os rótulos de forma crítica ajuda a identificar os “açúcares escondidos” e aditivos desnecessários. 

Exercício físico

Manter um peso saudável é fundamental para melhorar a sensibilidade à insulina e controlar a diabetes tipo 2. Mais do que recorrer a dietas restritivas, o essencial é adotar hábitos consistentes que incluam não apenas uma alimentação equilibrada, mas também a prática regular de atividade física. Caminhadas, exercícios de força ou atividades como natação e ciclismo são boas opções.

Conclusão

A alimentação tem um papel central na gestão da diabetes tipo 2. Mais do que seguir uma “dieta”, o essencial é adotar um padrão alimentar equilibrado, consistente e adaptado às necessidades individuais. 
O acompanhamento de um nutricionista faz toda a diferença, ajudando a definir e a manter um plano a longo prazo

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Realizado por:
- Beatriz Vieira (Coordenadora da Unidade de Nutrição Clínica do Hospital Lusíadas Amadora)
- Marta Marques (Nutricionista Estagiária)
 

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Revisão Científica

Dra. Beatriz Vieira

Dra. Beatriz Vieira

Coordenador da Unidade de Nutrição Clínica

Hospital Lusíadas Alfragide
Hospital Lusíadas Amadora
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