Dos 4 aos 6 Meses: Primeiros Sabores e Texturas

Quando começar?

A maioria dos bebés está pronta para iniciar a introdução de alimentos sólidos entre os 4 e os 6 meses. Uma vez que a Organização Mundial da Saúde recomenda o aleitamento materno exclusivo até aos 6 meses, o início da introdução alimentar deverá ser discutido com o pediatra, especialmente se a amamentação estiver a decorrer como esperado e o bebé apresentar um crescimento adequado. Após a introdução alimentar, o leite materno (ou fórmula) deve continuar a ser a principal fonte energética e nutricional do bebé.

Sinais de que o bebé está pronto:

• Permanecer sentado numa posição estável e segurar a cabeça sem precisar de apoio;
• Mostrar interesse pelos alimentos (tenta agarrar ou segue os alimentos com os olhos);
• Redução do reflexo de extrusão (empurra a comida com a língua).

Sugestões de primeiras refeições:

Nas primeiras refeições do bebé, é importante estimular o paladar de alimentos que não sejam doces, podendo iniciar com:

• Sopa de legumes – esta deve incluir 4 hortícolas:

- 1 hortícola base: chuchu, curgete ou couve-flor;

- 1 hortícola fornecedor de betacarotenos: cenoura ou abóbora;

- 1 hortícola rico em antioxidantes: cebola, alho ou alho francês;

- 1 hortícola de folhas: alface, brócolos, couve coração, espinafres, etc.;

• Papa de arroz ou milho sem glúten (sem adição de açúcar);
• Fruta esmagada, devendo ser oferecida individualmente e não em purés com diferentes frutas, para que o lactente se familiarize com os vários sabores.

Dicas práticas:

• No 1.º ano de vida, mais importante do que controlar as quantidades consumidas de cada alimento, é respeitar os sinais de fome e saciedade da criança e vigiar o seu crescimento:
• Introduza um alimento de cada vez, para identificar possíveis reações;
• Mantenha o leite materno ou fórmula como base da alimentação.

Nesta fase, ainda não é necessário oferecer água ao bebé, uma vez que o leite materno ou a fórmula são suficientes para o manter hidratado.

Cuidados a ter:

Até aos 12 meses, os seguintes alimentos são proibidos:

• Leite de vaca;
• Bebida de arroz;
• Sumos de fruta;
• Sal;
• Açúcar;
• Mel;
• Frutos secos inteiros;
• Café, chá ou cacau;
• Alimentos processados.

Introdução dos Principais Alergénios

A introdução de potenciais alergénios é recomendada durante a introdução alimentar, uma vez que o seu atraso não reduz o risco de alergia. Neste sentido, devem ser introduzidos entre os 4 e os 12 meses e, idealmente, com o acompanhamento do pediatra e/ou nutricionista.

Os principais alimentos alergénios são:

• Peixe
• Proteína do leite de vaca
• Ovo
• Trigo
• Marisco
• Frutos oleaginosos
• Soja

Dicas úteis:

• Oferecer os alimentos alergénios um de cada vez e em pequenas quantidades;
• Introduzir ao pequeno-almoço ou ao almoço, para monitorização de sintomas;
• Manter os alergénios na alimentação do bebé, no caso de não haver reação.

Integração na Alimentação Familiar

A partir do 1.º ano de vida, o bebé já pode — e deve — participar nas refeições em família. As porções devem ser adaptadas não só em quantidade, mas também evitando sal e açúcar. Esta é uma fase importante para consolidar hábitos alimentares saudáveis desde cedo.

Sugestões práticas:

• Sente o bebé à mesa com a família para criar rotinas alimentares;
• Ofereça três refeições principais e dois lanches por dia (adapte o número de lanches consoante o apetite da criança, privilegiando sempre as refeições principais);
• Varie os alimentos e inclua todos os grupos: cereais, leguminosas, hortícolas, carne, pescado, ovos, fruta e laticínios;
• Privilegie a comida feita em casa, com temperos simples;
• Estimule a autonomia do bebé incentivando o uso da colher;
• Incentive o bebé a comer com as mãos para promover a coordenação;
• Ofereça água num copo com bico.

Conselhos para uma Transição Tranquila

•    Seja paciente, recusar alimentos novos é perfeitamente normal;
•    Ofereça várias vezes o mesmo alimento antes de desistir;
•    Dê o exemplo com uma alimentação variada e equilibrada;
•    Crie um ambiente calmo e sem distrações nas refeições.

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Alimentação complementar para bebés: tudo o que precisa de saber.