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Como detetar e corrigir a miopia

Revisão Científica
A miopia afeta 20% a 30% da população mundial e, em muitos casos, manifesta-se na infância e na adolescência. Os seus efeitos podem ser minimizados com óculos, lentes de contacto ou cirurgia.

A miopia – doença que afeta a visão ao longe – resulta de um erro refrativo, ou seja, de uma alteração na morfologia do globo ocular. Os míopes têm o globo ocular maior do que o normal ou a córnea (camada externa do olho) mais curva do que deveria ser, o que faz com que a luz que chega ao olho não seja focada de forma correta na retina – é por isso que estas pessoas têm uma visão desfocada ao longe.

Ainda que não se conheça a fundo a sua origem, pensa-se que esteja associada a fatores hereditários. A utilização excessiva de dispositivos eletrónicos, como computadores, televisores e telemóveis, pode agravar a miopia. Por norma, surge durante a infância e adolescência e tende a progredir com o crescimento.

Sinais de alerta de miopia

Além da dificuldade em ver ao longe, a miopia pode manifestar-se, também, através da necessidade de fechar parcialmente os olhos para ver melhor. Mas não só: muitas pessoas queixam-se de dores de cabeça e sentem alguma dificuldade quando estão a conduzir, sobretudo à noite.

Nas crianças, a doença pode passar despercebida. Daí a importância de consultar um oftalmologista, para um rastreio oftalmológico, por volta dos três anos.

Os especialistas recomendam que os pais estejam atentos se os filhos fecharem parcialmente os olhos, com frequência; se pestanejarem muitas vezes; se não se aperceberem da presença de objetos mais distantes; se esfregarem os olhos com regularidade e se tiverem tendência para se sentar muito perto da televisão ou, na sala de aula, terem de se sentar nas filas mais próximas do quadro para conseguirem ler o que está lá escrito.

Óculos ou lentes?

A miopia pode ser facilmente corrigida através do uso de óculos ou lentes de contacto, que permitem que as imagens que observamos sejam corretamente focadas na retina. As lentes podem ser usadas a partir dos 15/16 anos – até esta idade recomenda-se o uso de óculos – desde que sejam cumpridas as regras de higiene e utilização (à noite devem ser sempre retiradas, entre outras recomendações) e sempre que não haja contraindicações, como falta de lágrima ou a existências de alergias. É importante que exista um acompanhamento médico regular que permita monitorizar eventuais problemas.

A cirurgia é para todos?

Outra forma de corrigir esta alteração no globo ocular passa pela realização de uma cirurgia que pode ser feita através da colocação de uma lente (menos comum) ou a laser (procedimento mais vulgar).

Este tipo de tratamento para a miopia está indicado, sobretudo, para pessoas com mais de 18 anos, com uma graduação até oito dioptrias e estabilizada há, pelo menos, 24 meses. Quem sofre de outras patologias oculares, como doenças autoimunes sistémicas, doenças do colagénio ou que não tem uma córnea com espessura suficiente, não pode ser submetido a esta intervenção.

Quando feita a laser, a cirurgia dura entre 15 e 20 minutos e é realizada sob anestesia local. Através de um programa informático, os médicos conseguem calcular com precisão o padrão de excisão corneana que têm de corrigir – no fundo, o erro existente no globo ocular –, de forma a devolver uma visão normal ao paciente.

Os resultados são permanentes na maioria dos casos – oito em cada dez pessoas não voltam a usar óculos nem lentes de contacto após a cirurgia. Ainda assim, pode haver uma regressão provocada, por exemplo, por uma gravidez ou por uma alteração hormonal, que faz com que o paciente volte a ver mal e tenha de usar óculos novamente.    

Como é ver o mundo com astigmatismo e miopia? A resposta neste vídeo:

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Dr. José Maia Sêco

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Hospital Lusíadas Lisboa
Clínica Lusíadas Almada

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