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Hemorroidas: o que são e como tratar

Colaboração
O Hospital Lusíadas Albufeira dispõe de um tratamento cirúrgico minimamente invasivo para o tratamento de hemorroidas, permitindo uma recuperação mais rápida e menos dolorosa.

As hemorroidas resultam de uma anormal dilatação de aglomerados de veias e artérias, que se localizam na porção terminal do reto e ânus.

“Na superfície interior do reto e ânus existem estruturas compostas de artérias e veias (plexos hemorroidários), que se dispõem como almofadas. Os plexos hemorroidários são importantes para a continência e no processo de defecação”, explica Eduardo Xavier, especialista em Cirurgia Geral no Hospital Lusíadas Albufeira. “Esses aglomerados de veias e artérias podem, por causas diversas, aumentar de volume, transformando-se em hemorroidas.”

Apesar de existirem dois plexos hemorroidários (um interno e um externo), as hemorroidas têm, com maior frequência, origem no plexo hemorroidário interno. “Normalmente, são as hemorroidas internas as causadoras dos problemas que levam as pessoas a recorrer ao médico.” 

As causas das hemorroidas

Há diferentes causas para as hemorroidas, tais como:

  • Obstipação (prisão de ventre)
  • Alterações na mecânica da defecação
  • Todas as causas que aumentem a pressão das veias e das artérias na zona pélvica, com por exemplo, a gravidez ou o exercício físico violento

A gravidez

É frequente o aparecimento na gravidez ou depois do parto, resultante da pressão na região pélvica. “O aumento de pressão pélvica nas últimas semanas de gravidez e durante o parto origina dilatação das veias hemorroidárias que, no entanto, na maioria dos casos, normalizam algumas semanas depois”, refere o médico.

Sinais e sintomas

Por seu turno, as hemorroidas internas apresentam os seguintes sintomas:

  • Mal-estar
  • Comichão ou ardor
  • Dor
  • Prolapso (a saída das hemorroidas para o exterior)
  • Hemorragia

Os graus de gravidade das hemorroidas internas

Em função dos sintomas manifestados, as hemorroidas internas podem ser classificadas por graus. 

  • Hemorroidas de grau 1. “Quando as hemorroidas estão no interior do ânus e não vêm para o exterior.”
  • Hemorroidas de grau 2. “Quando, na altura da defecação, as hemorroidas se exteriorizam mas voltam para o interior de forma espontânea.”
  • Hemorroidas de grau 3. “Quando existe necessidade de ajudar a que as hemorroidas voltem para o interior.”
  • Hemorroidas de grau 4. “Quando estão permanentemente exteriorizadas.”

As complicações

Podem surgir complicações ligadas a esta patologia. Entre as principais, incluem-se as seguintes:

  • Associado ao esforço da evacuação, exercício violento ou trauma, pode-se dar o aparecimento de uma trombose hemorroidária (mais frequentemente externa) — esta tem origem na formação de um coágulo numa veia hemorroidária. “Esse coágulo pode ser muito doloroso e pode ter que ser tratado, por vezes através de cirurgia”, explica o médico.
  • As hemorragias são um dos sintomas da doença hemorroidária. O sangramento pode ocorrer de forma esporádica ou continuamente, causando, não raramente, anemia grave. “Já vi doentes que precisaram de transfusões de sangue ou de injeções de ferro para tratar anemias causadas pela perda de sangue.”
  • Por vezes, a exteriorização aguda pode originar inflamações ou até infeções que necessitam de tratamento urgente.

Tratamentos

Há um espectro grande de tratamentos possíveis. “Nos casos de menor gravidade, podem tratar-se só com medicamentos ou com outras medidas terapêuticas, como a laqueação com anéis elásticos, mas, nos casos mais graves, a cirurgia é o tratamento mais eficaz.”

Uma das causas do sofrimento crónico dos doentes com hemorroidas, para além da vergonha e do constrangimento, é o medo da cirurgia. “O tratamento cirúrgico das hemorroidas está sempre associado ao receio de dores violentas e de um pós-operatório prolongado e incapacitante”, refere o especialista. 

“A cirurgia clássica tem um pós-operatório muito doloroso. Daí a minha opção pela utilização de uma técnica que tem como base o uso de laser, na qual a dor é muito menor e a recuperação bastante mais rápida”, explica Eduardo Xavier. “A cirurgia, apesar de necessitar de anestesia geral ou epidural, é feita em ambulatório. Os doentes podem ir para casa no mesmo dia e têm uma recuperação de cerca de dez dias. Há doentes que iniciam a sua atividade normal no dia a seguir a serem operados.”

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Revisão Científica

Dr. Eduardo Xavier

Dr. Eduardo Xavier

Hospital Lusíadas Albufeira
Clínica Lusíadas Faro
Hospital Lusíadas Vilamoura

Especialidades em foco neste artigo

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