2 min

O que é a síndrome do intestino irritável?

A síndrome do intestino irritável afeta entre 10 e 25% das pessoas no mundo e cerca de 1 milhão de portugueses. 

A síndrome do intestino irritável é considerada um distúrbio gastrointestinal funcional, por perturbar o funcionamento das atividades normais do organismo, sem que haja anormalidades estruturais que possam ser identificadas. 

Síndrome do intestino irritável: sintomas

É identificada pela existência de determinados sintomas:

  • Dor e/ou desconforto abdominal — que resulta normalmente em cólicas de localização e intensidade variáveis — associados a alteração dos hábitos intestinais (diarreia, obstipação ou alternância dos dois). 
  • Outros sintomas podem incluir a distensão abdominal (inchaço) e flatulências/gases. 

As causas e o diagnóstico

O seu diagnóstico deve ser feito pela positiva, de acordo com a história clínica e o exame objetivo. Os exames complementares de diagnóstico — análises de sangue e/ou fezes, estudos endoscópicos e imagiológicos — devem ser solicitados caso a caso. 
Ainda que não haja uma causa propriamente dita ou conhecida para a síndrome do intestino irritável, acredita-se que a sua génese se baseia na interligação de múltiplos fatores como a modificação da microbiota intestinal (ou flora intestinal) e as implicações do eixo cérebro-intestino, relacionadas com as alterações na motilidade intestinal (a capacidade de os intestinos executarem movimentos autónomos) e com a hipersensibilidade visceral.

Fatores de risco

A prevalência é superior nas mulheres e a idade média de aparecimento dos primeiros sintomas é aos 20 anos. A existência de patologia depressiva e/ou ansiosa, traumas psicológicos presentes ou passados bem como infeções gastrointestinais prévias podem associar-se ao maior “risco” de desenvolvimento de síndrome de intestino irritável.
Tratando-se de uma condição crónica, pode ter um forte impacto na qualidade de vida. Está frequentemente associada a elevadas taxas de absentismo escolar ou laboral o que, juntamente com as maiores despesas em saúde  — muitas vezes relacionadas com o atraso no diagnóstico — tem implicações económicas importantes.

Tratamentos

Dado que apenas uma minoria das pessoas apresenta sintomas graves, não há uma cura para a síndrome do intestino irritável. Procura-se, assim, apenas controlar os sintomas.

  • A base do controlo dos sintomas passa pelas modificações do estilo de vida (como aumento da prática de exercício físico), diminuição/controlo dos níveis de stresse e ansiedade, e modificações da dieta (nomeadamente, com redução de alimentos ricos em hidratos de carbono de cadeia curta fermentáveis – FODMAPs). 
  • A existência de uma relação de empatia entre o médico e o doente é fundamental como base no tratamento, com esclarecimento e tranquilização quanto à condição, o que permite diminuir os níveis de incerteza e ansiedade e, consequentemente, melhorar os sintomas. 
  • Nos casos em que existe necessidade de tratamento farmacológico, este é dirigido ao controlo dos sintomas (como os antiespasmódicos, antidiarreicos e laxantes) ou à modulação das vias da dor (como os antidepressivos).

Este artigo foi útil?

Revisão Científica

Dra. Ana Luísa Santos

Dra. Ana Luísa Santos

Hospital Lusíadas Porto
Clínica Lusíadas Gaia

Especialidades em foco neste artigo

Especialidades em foco neste artigo

PT