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Gota: tudo o que precisa de saber

Colaboração
A reumatologista Iva Brito, do Hospital Lusíadas Porto, explica em que consiste esta doença reumática inflamatória que afeta principalmente homens com mais de 50 anos.

O que é a gota?

A artrite gotosa, ou gota como é vulgarmente conhecida, é uma doença reumática inflamatória, que se caracteriza pela acumulação de ácido úrico, sobretudo nas articulações.

A hiperuricemia, principal fator de risco da gota, verifica-se quando a concentração de urato sérico no sangue (um derivado do ácido úrico) é igual ou superior a 6,8 mg/dl.

A doença tem maior incidência no sexo masculino, sobretudo na faixa etária entre os 50 e os 60 anos, e em países ocidentais.

Causas e fatores de risco

Genética e alimentação

A gota pode ter origem em fatores genéticos, mas também dietéticos como a ingestão de álcool ou de alimentos ricos em purinas, como o marisco, a carne e as vísceras.

Fármacos

A gota pode também ser provocada por fármacos, como os diuréticos tiazídicos que interferem na excreção renal do ácido úrico

Obesidade, diabetes e outras doenças

A associação de duas ou mais doenças no mesmo paciente (comorbilidades) podem provocar gota, tais como, síndrome metabólica, obesidade, hipertensão arterial, diabetes e psoríase. Nem todos os doentes com ácido úrico elevado desenvolvem gota, mas os obesos, com pressão arterial elevada, os diabéticos e os doentes renais têm maior probabilidade de terem a doença.

Sintomas

  • A doença começa por se manifestar através da artrite. Sentem-se dores intensas, com tumefação e rubor, geralmente numa única articulação (monoartrite);
  • Os pés, em particular o dedo grande (hálux), o tarso (parte posterior interna do pé), os tornozelos e os joelhos são as zonas mais afetadas;
  • A manutenção de níveis elevados de ácido úrico e a ocorrência de crises repetidas de gota podem levar à progressiva destruição óssea da articulação, assim como à formação de depósitos de ácido úrico na pele (tofos gotosos);
  • A artrite gotosa pode surgir após vários anos de hiperuricemia assintomática. Em alguns casos manifesta-se apenas uma ou duas vezes na vida; noutros de forma frequente.

Diagnóstico

Níveis elevados de ácido úrico sérico e artrite aguda e monoarticular levam os médicos a presumir que o paciente sofre de gota. No entanto, o diagnóstico definitivo só se confirma pela presença de cristais de urato monossódico no líquido sinovial (líquido presente nas cavidades articulares e junto aos tendões), refere Iva Brito, reumatologista do Hospital Lusíadas Porto.

Tratamento

Deve, em primeiro lugar, incidir sobre a dor e inflamação. Depois da diminuição dos sintomas, inicia-se o tratamento para normalizar os níveis de ácido úrico e para prevenir novas crises.

O que fazer para melhorar a qualidade de vida dos doentes

  • Faça uma dieta equilibrada e não consuma carnes vermelhas, mariscos, conservas, bebidas açucaradas e álcool (cerveja, sobretudo);
  • Evite tomar medicamentos com impacto no metabolismo do ácido úrico, como a aspirina em dose baixa ou os fármacos para tratar a hipertensão arterial;
  • Faça exercício físico com regularidade.

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Revisão Científica

Prof. Dra. Iva Brito

Prof. Dra. Iva Brito

Hospital Lusíadas Porto

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