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Vitiligo: pele sem pigmentação

Colaboração
É uma doença crónica que se caracteriza pelo aparecimento de áreas de despigmentação em várias partes do corpo. João Abel Amaro, dermatologista do Hospital Lusíadas Lisboa, ajuda a compreender esta alteração da pele.

O vitiligo resulta de uma alteração funcional das células melanocíticas da epiderme, com perda progressiva da capacidade de síntese do pigmento natural da pele, a melanina. Não se conhecem as causas, mas existe uma predisposição genética complexa e, por vezes, o vitiligo está associado a doenças autoimunes (como a tiroidite, artrite reumatoide ou diabetes), além de poder ser desencadeado por vários fatores internos e externos como o stresse emocional.

As lesões, que normalmente surgem por volta dos 20 anos de idade, podem manter-se estáveis, regredir parcialmente ou alastrar progressivamente. Raramente a pele volta a usufruir da pigmentação original. As lesões do vitiligo surgem frequentemente de forma simétrica:

  • Nas pálpebras;
  • Cantos da boca;
  • Mamilos;
  • Mãos e pés;
  • Também surgem muitas vezes na área da barba, na linha média do abdómen, umbigo e zonas genitais.

Fatores de risco

Os principais fatores de risco são:

  • Antecedentes familiares de vitiligo;
  • A existência de doenças autoimunes, nomeadamente da tiroide.

Cuidados especiais

A fotoproteção das áreas despigmentadas é obrigatória durante todo o ano, de modo a evitar a curto prazo, o risco de queimadura solar e, a longo prazo, o aparecimento de várias formas de cancro da pele.

Complicações

As pessoas com vitiligo correm o risco acrescido de sofrer de:

  • Stresse social e psicológico;
  • Queimaduras solares e cancro de pele;
  • Problemas de visão, como inflamação da íris;
  • Perda de audição;
  • Efeitos secundários do tratamento, como pele seca e comichão.

Tratamento do vitiligo

Não há nenhum tratamento curativo para o vitiligo, embora nos últimos anos se tenham conseguido alguns métodos terapêuticos com os quais se consegue uma repigmentação parcial das lesões, tais como:

  • Corticosteroides tópicos (hidrocortisona, betametasona, clobetasol);
  • Inibidores da calcineurina (tacrolimus e pimecrolimus);
  • Fototerapia com ultra violetas ( UVB ) de banda estreita;
  • Fotoquimioterapia com UVA e psoralenos (PUVA)
  • Laserterapia com laser Excímer;
  • Tratamentos cirúrgicos com micro-enxertos.

Todos os tratamentos referidos podem ser efetuados nos Hospitais Lusíadas, exceto o de Laser Excímer (existem algumas reservas devido ao risco acrescido de poder induzir mais tarde o aparecimento de lesões cancerosas da pele).

Prevenção

Dado não se saber a causa exata do vitiligo não é possível implementar medidas de prevenção primária. A prevenção secundária das complicações é possível e recomendável.

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Revisão Científica

Dr. João Abel Amaro

Dr. João Abel Amaro

Hospital Lusíadas Lisboa

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