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Praticar a solidariedade faz bem

Por contribuir para um maior sentimento de pertença, praticar a solidariedade faz bem à saúde mental, favorecendo a autoestima.

Que um ato de solidariedade é bom para aquele que é ajudado, já se sabia. E para quem ajuda? Também o é. “Praticar a solidariedade — ou contribuir para o bem-estar do outro sem esperar nada em troca — faz com que se sinta mais inserido na sociedade e, consequentemente, resulta num bem-estar generalizado”, explica Rita Fonseca e Costa, psicóloga no Hospital Lusíadas Lisboa.

Os benefícios para a saúde mental

O conceito atual de saúde mental é muito mais do que não ter uma doença ou não ser portador de alguma deficiência. “É um estado de bem-estar, que permite ao indivíduo fazer face ao stresse normal da vida, trabalhar de forma produtiva e frutífera, ter relações significativas positivas e contribuir para a comunidade em que se insere”, explica a psicóloga.
Ao ser solidário, “um conceito com mais relevância ainda em ambientes como os de uma crise económica ou da pandemia de COVID-19”, está a fazer o bem ao outro, mas também a si próprio. Porquê?

  • Aumenta a autoestima
  • Tem um sentimento de pertença a um objetivo ou causa
  • Os níveis de stresse diminuem, alcançando um “maior equilíbrio emocional”
  • As memórias do bem que foi feito “causam sensações de bem-estar"
  • Reduz a sensação de isolamento
  • Aumenta a resiliência emocional e a autoconfiança

Como ser solidário

Pode praticar a solidariedade no seu dia a dia, fazendo o bem à sua volta. “Aquilo que é importante é prestar atenção ao que nos rodeia, à nossa comunidade, e encontrarmos uma causa com a qual nos identifiquemos e, por vezes, isso até pode ser na família, nos amigos ou nos vizinhos em coisas simples, em que, se conseguirmos ser empáticos e tentarmos encontrar a melhor forma de ajudar, pode ser suficiente.”
Há algumas atividades que pode integrar no seu quotidiano. Por exemplo:

  • Dar sangue
  • Dar roupas, alimentos ou livros a alguma instituição ou a quem precise
  • Ser doador de órgãos
  • Visitar doentes e idosos
  • Adotar um animal
  • Recolher o lixo de parques ou de outros sítios
  • Consumir mais produtos de produtores locais
  • Ceder o seu lugar em transportes públicos
  • Consumir produtos que venham de produtores locais 

É, por isso, importante estar atento e “procurar uma causa com a qual se identifique”, já que isso “aumentará a motivação e disponibilidade”.

A integração numa organização

Mas também pode praticar a solidariedade, integrando uma instituição, numa atividade organizada. “Expressa-se a solidariedade através de atividades de voluntariado em organizações que podem ser variadíssimas, para crianças, idosos, animais ou causas específicas”, diz.
Além de praticar o bem e favorecer a autoestima, integrar uma organização traz outros benefícios, porque, quando se assume um compromisso com uma determinada causa ou instituição, garante-se disponibilidade àquela hora e àquele dia. “Nesse sentido, é mais estruturado e está subjacente uma estrutura organizacional que contempla um conjunto, muitas vezes, de voluntários”, afirma.
Assim, aumenta a rede de contactos, permitindo que se conheçam pessoas com um objetivo em comum. “Isso pode ter essa vantagem de ajudar a própria integração social”, afirma. Até porque, hoje em dia, a atual sociedade acaba por se sentir isolada, com as pessoas cada vez mais viradas para si próprias, contando com uma pequena rede de apoio e muitos com a família alargada espalhada pelo mundo. “Essa rede de apoio amplia-se através dessa rede de conhecimento com pessoas que têm em comum a identificação com aquela causa”, explica a psicóloga.
Basta um ato solidário para depois se desencadearem outros, gerando energia e melhorando a saúde de todos: os que são ajudados e os que ajudam.
 

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Dra. Rita Fonseca e Costa

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