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Como ser um atleta de alta competição

Revisão Científica
Correr uma maratona, subir os Himalaias, ou ser um atleta de alta competição, implica uma intensa preparação física, mas também psicológica. Se a cabeça não quiser, o corpo não faz. Alexandra Rosa, psicóloga no Hospital Lusíadas Lisboa explica como funciona a mente sã no corpo são.

Para começar a treinar de forma séria ou quebrar recordes, a forma física é essencial. Mas qualquer alpinista, mergulhador ou atleta de alta competição irá dizer que o trabalho a nível psicológico é determinante. Na realidade, é ele que cruza a meta. "Um atleta não pode estar preparado apenas fisicamente", afirma Alexandra Rosa, psicóloga no Hospital Lusíadas Lisboa. Para melhor trabalhar a resistência e ultrapassar os seus objetivos, é preciso um equilíbrio emocional. "Antes de chegarmos ao limite físico, a mente – que funciona como um mecanismo de segurança – alerta-nos para termos cuidado", continua a especialista. A preparação está adequada ao atleta, ao desporto em questão e ao nível de competição, sendo que, quanto mais elevado este for, maior precisa de ser esse trabalho de antecipação dos desafios a enfrentar. Chegar ao topo do mundo é um feito sobre-humano, mas é preciso começar por pequenos passos, como treinar a concentração e aprender a controlar a respiração. Sem estas conquistas, não há outras. Ao longo da preparação para uma qualquer prova, é essencial adquirir um auto conhecimento profundo e uma apurada capacidade de auto controlo. "Se não estivermos confiantes e nos disserem que não estamos preparados, dificilmente conseguiremos atingir qualquer objetivo ou ultrapassar os obstáculos que necessariamente irão surgir".

Treinar a mente

A figura do treinador é essencial. É ele quem assegura o trabalho motivacional – a par da preparação física. No entanto, a ciência da Psicologia do Desporto começa a desenvolver-se e a criar profissionais especializados no acompanhamento de atletas. "Na minha prática clínica surge também o inverso: aconselho a prática desportiva para atingir o auto-controlo, sobretudo nos casos de ansiedade", conta Alexandra Rosa. Desta forma, usando as técnicas de treino físico (controlar a respiração que, por sua vez, trabalha a capacidade cardíaca) consegue-se um controlo emocional. "Pessoas que sofrem de ansiedade e de ataques de pânico, usam assim a atividade física para controlar os sintomas do corpo". Nem sempre a atividade desportiva realizada no limite tem uma compensação monetária. Por vezes, é a própria satisfação de se atingir o objetivo que alimenta a sua realização. "Há pessoas que, pelos traços de personalidade têm esta tendência de se desafiarem. Cria sentimentos de bem estar e, por isso, anseiam pelo próximo objetivo. Consegui-lo a nível da alta competição é excelente, trabalha a determinação, cria objetivos e faz com que os atletas desenvolvam todos os esforços físicos e psicológicos para atingi-los. No entanto, é essencial que não percam a noção do que é razoável". Ouvir o corpo, ceder às suas exigências ou controlar a dor são decisões que têm de ser tomadas em consciência, sob pena de deitarem por terra o trabalho de meses ou anos.

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Dra. Alexandra Rosa

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