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Colonoscopia: como se faz e quais as vantagens

Tratando-se de um verdadeiro método de prevenção do cancro do cólon e reto, a colonoscopia é um exame que serve em simultâneo dois objetivos: diagnóstico e terapêutico, ou seja, rastreio e prevenção.

A colonoscopia é um método endoscópico de observação de todo o cólon, popularmente designado de intestino grosso, e a parte final do intestino delgado. “Com o mesmo procedimento endoscópico, conseguimos ter uma perspetiva total do que se passa no interior do nosso organismo, num local muito propenso ao aparecimento de lesões oncológicas”, explica Guilherme Macedo, Coordenador da Unidade de Gastrenterologia do Hospital Lusíadas Porto

Como é que se faz uma colonoscopia

Antes de se proceder à colonoscopia, há que ingerir um líquido que permite a limpeza do intestino, algum tempo antes, assim como evitar a ingestão de determinados alimentos. “Atualmente, essa limpeza é bastante menos desconfortável do que era há alguns anos e, num período de relativamente poucas horas, é possível ter um intestino capaz de ser viajado por um aparelho de alta complexidade tecnológica”, afirma.
Quanto ao exame, ainda que possa ser feito sem sedação ou anestesia, a recomendação dos especialistas é que seja utilizada. “Para conforto e segurança sobretudo da pessoa a quem é feito o procedimento, mas também porque garante mais qualidade à observação a que os especialistas estão a proceder”, explica Guilherme Macedo.
O exame consiste em fazer introduzir, através do ânus, um tubo longo e flexível (o colonoscópio) com uma câmara de vídeo na ponta, que permite transmitir imagens ampliadas num monitor. Recorre a determinadas técnicas, que permitem atingir a parte inicial do cólon e, em muitas circunstâncias, entrar até no intestino delgado, garantindo, assim, a observação detalhada do interior do intestino.
Demora em média 20 minutos e, depois de terminado, caso tenha sido efetuada sob anestesia, deverá ser necessário aguardar a recuperação. 

Quem deve fazer

De acordo com as mais recentes recomendações, para efeitos de prevenção do cancro do cólon e reto, este é um exame que deve ser feito por todas as pessoas saudáveis com mais de 45 anos. “Em algumas circunstâncias, pode ser necessário fazer esse exame antes, sobretudo quando há história familiar de risco oncológico aumentado”, explica o médico. 
Ainda assim, alerta, a colonoscopia também deve ser requisitada noutras circunstâncias, que nada têm a ver com o rastreio e prevenção do cancro do cólon e do reto. “Há outras condições clínicas que obrigam a fazer a colonoscopia na adolescência ou nos jovens adultos. Por exemplo, se houver suspeita de doença inflamatória do intestino, se houver suspeita de doenças sistémicas que envolvam o intestino, se houver alguma dúvida relativamente à origem de sangue proveniente do tubo digestivo”, diz, dando alguns exemplos.

As vantagens da colonoscopia

O colonoscópio permite examinar, mas também colher fragmentos de tecido (biópsia), assim como tratar lesões, e é essa a sua grande vantagem em relação a outros métodos de observação indireta e até de procura de existência de lesões oncológicas. “Permite, num só momento, fazer a observação, a deteção e promover o tratamento porque, logo no mesmo ato, é possível, na maioria das vezes, remover lesões que poderiam evoluir para uma lesão maligna mais ou menos avançada”, esclarece.
Pode, por isso, funcionar como um verdadeiro método de prevenção do cancro do cólon, porque, para além de auxiliar no diagnóstico e rastrear lesões iniciais, “interfere na história natural de uma determinada doença, como uma neoplasia ou o cancro do cólon, identificando as ditas lesões precursoras, e removendo-as, no mesmo gesto”.
 

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Revisão Científica

Prof. Dr. Guilherme Macedo

Prof. Dr. Guilherme Macedo

Coordenador da Unidade de Gastrenterologia

Hospital Lusíadas Porto

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