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Vitamina D: O que a torna tão importante?

Colaboração
Apesar de Portugal ser um país com bastante sol, cerca de 78% da população apresenta níveis insuficientes de vitamina D.

Trata-se de uma epidemia silenciosa que pode ter consequências para a saúde, uma vez que esta desempenha um papel essencial no sistema imunitário, na saúde dos ossos e até na prevenção de doenças como a depressão.

O que é e para que serve?

A vitamina D é uma vitamina lipossolúvel. Essencial para manter o equilíbrio mineral do organismo, em particular para a regulação dos níveis de cálcio e de fósforo no sangue. As formas mais importantes são a vitamina D3 (colecalciferol) e a vitamina D2 (ergocalciferol). 

As principais funções destes compostos incluem: 

  • Absorção intestinal de cálcio e fósforo;
  • Manutenção do normal funcionamento do sistema imunitário;
  • Crescimento e normal desenvolvimento dos ossos e dentes;
  • Diminuição do risco de desenvolver doenças infeciosas.

Inúmeros estudos têm procurado estabelecer o papel desta vitamina na prevenção de doenças como a gripe sazonal e a depressão. Assim como do seu impacto na redução do risco de doenças crónicas como a Diabetes Mellitus tipo 2 e doenças cardíacas.

Quais as principais fontes de Vitamina D?

Uma pessoa saudável necessita de 600 a 800 unidades internacionais (UI) de vitamina D por dia, que podem ser obtidas através da: 

  • Exposição Solar 

A principal fonte natural desta vitamina é a síntese dérmica, que ocorre através da exposição da pele à luz solar, levando à formação da vitamina D3 (colecalciferol). Estima-se que uma breve exposição dos braços e do rosto seja equivalente à ingestão de cerca de 200 unidades internacionais (UI) por dia. No entanto, é importante lembrar que apanhar sol de forma prolongada e desprotegida pode ter riscos para a saúde. Por isso, deve ser feita com precaução e com as devidas medidas de proteção. 

  • Alimentação

A grande maioria dos alimentos não contém Vitamina D, sendo poucos os que são naturalmente ricos neste composto. Alguns que podem contribuir para o seu reforço incluem: 

  • Óleo de fígado de peixe;
  • Peixes gordos (atum, salmão, sardinha, entre outros);
  • Carne vermelha;
  • Ovos, principalmente a gema;
  • Alguns cogumelos.  

Atualmente, existem vários alimentos processados fortificados com Vitamina D, como certos produtos lácteos e cereais de pequeno-almoço.

  • Suplementação

Quando as análises revelam uma deficiência de vitamina D e existem fatores não modificáveis que contribuem para esse défice ou dificultam a sua absorção, o médico poderá recomendar a suplementação. Atualmente, existe uma ampla variedade de suplementos disponíveis no mercado, mas a sua toma deve ser sempre feita sob orientação de um profissional de saúde, que avaliará a solução mais adequada a cada caso.

Cuidados na suplementação:

  • É importante não exceder a dose recomendada de vitamina D, pois o seu excesso pode levar a efeitos colaterais como hipercalcemia (excesso de cálcio no sangue).
  • Pessoas com patologias como, insuficiência renal, hipercalcemia e hiperparatireoidismo, devem ter especial cuidado ao tomar suplementos de vitamina D.

Possíveis problemas de saúde associados ao défice de Vitamina D

As manifestações clínicas variam consoante a gravidade e a duração da carência. A maioria dos doentes tem um défice ligeiro a moderado, sendo geralmente assintomáticos. Contudo, quadros mais severos estão associados a alguns problemas, tais como:

  • Osteomalacia: A osteomalacia no adulto e a osteomalacia e raquitismo na criança são algumas das consequências possíveis, apesar de atualmente serem incomuns. Os sintomas associados incluem dor óssea, fraqueza muscular, fraturas e dificuldade na marcha.
  • Esclerose Múltipla: Em 2006, nos Estados Unidos da América, um estudo demonstrou que indivíduos com défice de vitamina D têm duas vezes maior probabilidade de desenvolver esta doença.
  • Doenças coronárias: Tais como a angina de peito, o enfarte do miocárdio, a insuficiência cardíaca e a doença arterial periférica.
  • Grupos de Risco: As crianças, por estarem em fase de crescimento, são particularmente suscetíveis a doenças esqueléticas associadas à falta de vitamina D. Contudo, condições como a osteomalacia (ossos desmineralizados e mais frágeis) ou o raquitismo, são atualmente raras nos países desenvolvidos. 
    Os idosos são particularmente vulneráveis ao défice de vitamina D, devido à diminuição da ingestão diária de alimentos e da exposição solar, à redução da espessura da pele, a dificuldades na absorção intestinal e a alterações do metabolismo. A osteomalacia, associada à fraqueza muscular, leva a um aumento muito significativo do risco de fraturas. 
    Quanto às grávidas, a carência de vitamina D é frequente, sobretudo durante os meses de inverno. Está associada a um aumento do risco de pré-eclampsia, diabetes gestacional e parto prematuro. Os fetos de mulheres com défice desta vitamina podem apresentar atraso no crescimento, baixa estatura, , maior risco de vir a desenvolver asma e um sistema imunitário menos capaz.

 

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Revisão Científica

Dra. Sofia Guimarães

Dra. Sofia Guimarães

Hospital Lusíadas Paços de Ferreira
PT