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Todos os óculos protegem dos raios UV?

Colaboração
Álvaro Sá, oftalmologista no Hospital Lusíadas Porto, ajuda a escolher os óculos de sol mais adequados.

Nem sempre usar óculos de sol é sinónimo de proteção contra os raios UV. Antes pelo contrário. “É possível que alguns óculos de sol ironicamente causem lesões oculares”, alerta Álvaro Sá, oftalmologista do Hospital Lusíadas Porto. Isto porque os óculos de sol que não absorvem grandes quantidades de raios UV, de facto criam condições para que o olho esteja mais exposto às radiações (a pupila fica dilatada permitindo a entrada de maior quantidade de radiação), do que seria de esperar se não se usasse óculos.

Os raios UV

De toda a energia luminosa que chega à terra, menos de 10% pode ser considerada radiação ultravioleta (UV):

  • UV-A – 400-320 nm – 99% dos raios ultravioleta que chegam à atmosfera terrestres são deste tipo. São filtrados pela retina;
  • UV-B – 320-280 nm – parcialmente absorvida pela atmosfera, a parcela que chega à Terra é a responsável pelos danos provocados no corpo humano. Estes raios são filtrados pelo cristalino;
  • UV-C – 280-100 nm – é quase totalmente absorvida pelo oxigénio e ozono da atmosfera. A radiação que consegue ainda atravessá-la é filtrada pela córnea.

Como escolher o melhor modelo de óculos de sol:

Cor

  • Lentes verdes ou cinzentas: são consideradas neutras porque não distorcem a cor dos objectos.
  • Lentes castanhas: causam alguma distorção das cores, no entanto aumentam o contraste.
  • Lentes amarelas ou alaranjadas: causam distorção das cores mas aumentam o contraste e a profundidade de campo (usadas pelos pilotos, pescadores, caçadores, etc.).

Material

  • Vidro: melhor ótica e resistência aos arranhões. Mais pesadas e menor resistência ao impacto.
  • Acrílico, Policarbonato, Poliuretano, CR-39: mais suscetíveis aos arranhões. Mais leves e maior resistência ao choque (especialmente as lentes de policarbonato).

Os "óculos" da Terra

A principal fonte de luz da Terra é o sol e é composta pelo espectro visível, que nos permite fazer a distinção das formas e das cores; o espectro ultravioleta (UV), que é nocivo para a pele e para os olhos, e o infravermelho com uma pequena fracção de radiação ionizante (na forma de raios x e raios γ).

"A radiação ionizante pode ser letal mas, o sol ejeta enormes quantidades de matéria (vento solar) que produzem uma vasta 'concha' à volta dele, evitando assim que as radiações ionizantes cheguem à Terra", lembra o oftalmologista.

E acrescenta: "O potencial nocivo das radiações ultravioleta e infravermelhas, libertadas pela superfície do sol é absorvido pelo ozono, dióxido de carbono e vapor de água da atmosfera terrestre." Mais uma razão para que tentemos preservar ao máximo a camada de ozono, que nos protege do efeito nocivo das radiações solares.

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Dr. Álvaro Sá

Dr. Álvaro Sá

Hospital Lusíadas Porto

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