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Doença Inflamatória Intestinal: O Que É, Sintomas, Causas e Como Ajustar a Alimentação

Colaboração
Estima-se que mais de 25 mil portugueses vivam com Doença Inflamatória Intestinal (DII), uma condição complexa que pode afetar de forma significativa a qualidade de vida do doente. Leia o artigo completo e descubra o que é a DII, quais os principais sintomas e como a alimentação pode ajudar na sua gestão.

O Que É a Doença Inflamatória Intestinal

A Doença Inflamatória Intestinal, ou DII, engloba patologias como a Doença de Crohn e a colite ulcerosa, que provocam inflamação crónica no trato gastrointestinal, afetando sobretudo o intestino. Os sintomas podem surgir de forma repentina, causando cólicas abdominais intensas, diarreia e outras complicações. Contudo, é incorreto limitar o impacto da DII apenas ao intestino: esta condição pode afetar significativamente a saúde física, mas também o bem-estar emocional e a saúde mental.

Por se tratar de uma doença crónica, a DII acompanha o indivíduo ao longo da vida e não tem cura. Ainda assim, existem tratamentos eficazes para controlar os sintomas e estratégias que contribuem para uma melhor qualidade de vida.

Principais Sintomas

Esta doença apresenta uma variedade de sintomas, cuja ocorrência é imprevisível. Ainda assim, os mais frequentes incluem:

  • Dor abdominal;
  • Cólicas;
  • Presença de sangue nas fezes;
  • Diarreia;
  • Fadiga;
  • Perda involuntária de peso.

Quais as Causas?

A DII manifesta-se quando células do sistema imunitário presentes no trato gastrointestinal atacam indevidamente tecidos saudáveis, desencadeando um processo inflamatório. Embora ainda não exista uma explicação definitiva para esse comportamento do organismo, sabe-se que certos fatores, apesar de não causarem diretamente a doença, podem atuar como gatilhos. Entre eles destacam-se:

  • Uso de antibióticos;
  • Medicamentos anti-inflamatórios;
  • Hábitos tabágicos;
  • Situações de stress.

Tratamento

Os tratamentos disponíveis para a DII variam conforme o tipo e a gravidade da condição, mas todos têm como objetivo alcançar a remissão dos sintomas e mantê-la ao longo do tempo. De forma geral, existem dois principais caminhos terapêuticos: a medicação e a cirurgia.

No que se refere à medicação, os fármacos visam controlar a inflamação e equilibrar a resposta do sistema imunitário. Entre os principais medicamentos utilizados, destacam-se:

  • Antibióticos: utilizados para tratar infeções associadas à DII;
  • Antidiarreicos: ajudam a controlar episódios de diarreia;
  • Biológicos: atuam diretamente sobre o sistema imunitário, bloqueando a produção de anticorpos que contribuem para o processo inflamatório;
  • Corticosteroides: utilizados para reduzir a inflamação em fases agudas;
  • Imunomoduladores e imunossupressores: regulam a atividade do sistema imunitário, diminuindo a sua resposta exacerbada.

Embora a medicação possa manter os sintomas sob controlo por longos períodos, em casos em que deixa de ser eficaz ou surgem complicações, o médico pode recomendar a realização de cirurgia como alternativa terapêutica.

Importância da Dieta e Quais os Alimentos a Evitar

A terapia nutricional indicada para a DII deve ser ajustada conforme a fase da doença e os sintomas apresentados. Trata-se de uma abordagem essencial para controlar a inflamação, prevenir a desnutrição e promover uma melhor qualidade de vida.

Não existe uma solução nutricional universal, porque a tolerância aos diferentes alimentos varia significativamente entre indivíduos. Ainda assim, os objetivos da nutricionais são comuns: contribuir para a manutenção da remissão, corrigir deficiências nutricionais, reforçar a função da barreira intestinal, favorecer a cicatrização da mucosa e garantir um estado nutricional adequado.

As estratégias alimentares atualmente recomendadas para reduzir o processo inflamatório incluem:

1) Evitar o consumo de açúcares refinados, gorduras saturadas e alimentos ultraprocessados;  
2) Privilegiar alimentos ricos em nutrientes, com propriedades antioxidantes e anti-inflamatórias.

Independentemente da sensibilidade individual e da sintomatologia, há orientações nutricionais que merecem atenção especial, sobretudo no que diz respeito à redução do consumo dos seguintes alimentos:

  • Alimentos processados, tais como fast food, pizzas, salsichas, nuggets, hambúrgueres industrializados, etc.;
  • Produtos de charcutaria, como chouriço, linguiça, alheira, fiambre, presunto;
  • Bebidas: refrigerantes, bebidas gaseificadas e bebidas alcoólicas;
  • Alimentos ricos em gordura saturada: fritos, batata-frita, rissóis, folhados ou croissants;
  • Alimentos com elevado teor de açúcar, como bolachas recheadas com creme e chocolates, biscoitos, sobremesas, bolos de pastelaria e sobremesas;
  • Alimentos com elevado teor de adoçantes: bolachas sem açúcar com polióis, produtos light, pudins e mousses “zero açúcar” ou barras de cereais proteicas.

 

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