O que é e para que serve a osteopatia?
A osteopatia é um sistema autónomo de cuidados de saúde primário, que aborda o indivíduo de uma forma global, centrando-se nas causas e não apenas nos sintomas que este apresenta.
A osteopatia é baseada no princípio de que o bem-estar depende do bom funcionamento de todos os sistemas. Por isso, “atua essencialmente ao nível do sistema neuro-músculo-esquelético, abordando o doente de uma forma global e centrando-se nas causas e não apenas nos sintomas que este apresenta”, explica Rui Filipe Rosário, osteopata e técnico no Hospital Lusíadas Amadora.
Origem da osteopatia
A osteopatia surgiu nos Estados Unidos, na segunda metade do século XIX, tendo sido desenvolvida por Andrew Taylor Still, um médico americano.
“Foi através da observação e investigação que [Andrew Taylor Still] fez uma correlação entre as patologias e as suas manifestações físicas”, explica Rui Filipe Rosário. Hoje, a osteopatia baseia-se num “diagnóstico diferencial, bem como no tratamento de várias patologias e prevenção da saúde, sem qualquer tipo de recurso a fármacos.”
Os quatros princípios
Partindo do princípio base, a osteopatia assenta em quatro pilares:
1. A lei da artéria: a noção de que no corpo saudável o sangue transporta todos os nutrientes necessários para o bom funcionamento dos tecidos. Daqui surge o princípio de que “uma boa vascularização é fundamental para o bom funcionamento do organismo”;
2. A unidade do corpo: o corpo humano tem a capacidade de se autorregular, “reencontrando a harmonia e o equilíbrio em todos os seus seus sistemas”;
3. A autocura: além de ter a capacidade de se autorregular, o organismo também está capacitado para se curar. Para isso, é necessário eliminar os obstáculos que estão a produzir a doença;
4. A estrutura determina a função: a estrutura (ossos, pele, fáscias, glândulas, vísceras, músculos, articulações, etc), define a respetiva função destes tecidos. “Quando uma estrutura sofre qualquer tipo de desordem, a sua função será afetada, dando origem à patologia”, acrescenta o osteopata.
Benefícios e patologias que a osteopatia trata
Há dois benefícios determinantes na osteopatia. O primeiro é a melhoria da capacidade funcional do paciente que, após o tratamento osteopático, ativa a recuperação e a harmonia do organismo, promovendo-lhe bem-estar e saúde. Por outro lado, o tratamento osteopático tem um caráter preventivo, evitando que disfunções assintomáticas se tornem dolorosas.
A osteopatia é indicada para pessoas de todas as idades (incluindo bebés e recém-nascidos), exceto quando nos casos em que apresentam determinadas patologias (ver abaixo). “É eficaz como complemento a práticas médicas e baseia-se numa abordagem holística, encarando o corpo como um todo inserido no seu meio ambiente”, resume Rui Filipe Rosário.
Segundo o especialista, a osteopatia tem “resultados comprovados” no tratamento e melhoria de vários problemas de saúde:
- Disfunções da coluna vertebral;
 - Cefaleias de origem tensional;
 - Torcicolos;
 - Cervicalgias;
 - Inflamações nervosas;
 - Ombro doloroso;
 - Cervicobraquialgia;
 - Dorsalgias;
 - Lombalgias;
 - Hérnias discais;
 - Contraturas musculares;
 - Dor ciática;
 - Tendinites;
 - Dores musculares generalizadas
 
Além do tratamento destas patologias, a osteopatia contribui ainda para o aumento da flexibilidade e da mobilidade articular.
Como se dá a consulta
A primeira consulta começa com uma série de perguntas, que permitem ao osteopata conhecer o historial do doente e, deste modo, compreender as razões que o levaram à consulta. “Neste diagnóstico, tenta encontrar-se a origem do problema, o que permitirá estabelecer um plano de tratamento adequado”, diz Rui Filipe Rosário.
O tempo da consulta depende de cada paciente e dos problemas que apresenta. No entanto, a consulta costuma durar uma hora. Após a avaliação e o primeiro tratamento, o profissional planeia uma estratégia de procedimento osteopático adequado. “Por norma, após uma sessão o doente apresenta já uma grande melhoria na sintomatologia”, indica o especialista.
“Em quadros clínicos que o osteopata considere não resolúveis pela osteopatia, o indivíduo será enviado para a especialidade médica adequada para o seu problema”, ressalva.
Osteopatia e contraindicações
Há contextos, como a presença de determinadas patologias, que se opõem a algumas técnicas usadas na osteopatia. “Mas, uma vez que o indivíduo é submetido a uma avaliação rigorosa antes do início do tratamento, o plano terá em conta as contraindicações apresentadas.”
Algumas das contraindicações da osteopatia são:
- Tumores;
 - Fraturas;
 - Alterações vasculares;
 - Pessoas que estão em período de pós-operatório.
 - Doenças do tecido conjuntivo.
 
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